Médico pneumologista alerta que excesso de nicotina em curto período de tempo pode causar arritmia cardíaca, infarto, convulsões e até morte
Os cigarros eletrônicos, também conhecidos como vapes, são proibidos no Brasil, mas podem ser facilmente comprados em lojas online nacionais. Muitas das substâncias usadas nesses dispositivos têm um teor de nicotina que pode ser fatal.
O médico pneumologista Francisco Mazon explica que, enquanto um cigarro comum tem entre 1 mg e 2 mg de nicotina, o cigarro eletrônico costuma ter de 3 mg até 5 mg.
A nicotina é um estimulante, assim como a cocaína, e seu excesso em um curto espaço de tempo pode provocar reações adversas perigosas no corpo, explica o médico.
“A nicotina age sobre o cérebro, aumentando a dopamina e a serotonina. Mas ela também contrai os vasos e aumenta a pressão sanguínea, acelera o coração e pode provocar infarto e derrame. Também pode causar um ‘curto-circuito’ no cérebro, que é a convulsão, ou no coração, que é a arritmia”, acrescenta o médico, ressaltando que episódios como infarto e derrame podem ser fatais.
Nos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (agência responsável por regular substâncias como o tabaco) está investigando mais de 120 relatos de convulsões e sintomas neurológicos relacionados ao uso de vapes.
“As convulsões são efeitos colaterais potenciais conhecidos da toxicidade da nicotina e foram relatados na literatura científica em relação à deglutição intencional ou acidental de e-líquido [refil dos cigarros eletrônicos]. No entanto, um aumento recente em relatos voluntários de experiências adversas com produtos de tabaco que mencionaram convulsões ocorrendo com o uso de cigarros eletrônicos (por exemplo, vaping) sinalizam um potencial problema emergente de segurança”, informou a agência em nota.
Além disso, explica Mazon, as cápsulas usadas nos vaporizadores são feitas de um derivado de petróleo, o que pode contribuir para problemas respiratórios como bronquite e bronquiolite.
No documento Cigarros eletrônicos: o que sabemos, a Anvisa listou 21 elementos, além da nicotina, que estão presentes no vapor dos cigarros eletrônicos e seus efeitos no organismo.
Dentre eles estão chumbo, cromo e ferro, que são apontados como agentes cancerígenos para o pulmão. O chumbo também pode provocar danos ao sistema nervoso central e aos rins.
O informativo também cita um estudo recente que concluiu que “as células epiteliais normais de glândulas, órgãos, e cavidades de todo o corpo, incluindo a boca e os pulmões, que foram expostas ao extrato do vapor, apresentaram vários tipos de danos, entre eles o aumento da ruptura das cadeias de DNA que compromete o processo de reparação celular sendo, portanto, um risco para o surgimento do câncer”.
“As células afetadas pelo vapor também foram mais propensas a apresentar apoptose e necrose levando a morte celular, independentemente da presença ou não de nicotina no cigarro eletrônico. Os autores acreditam que deve haver outros componentes nos cigarros eletrônicos responsáveis pelos danos celulares.”
Matéria publicada no portal R7
Agora me diga doutor, qual é menos prejudicial, o cigarro eletrônico ou o cigarro de queima de tabaco? 90% das pessoas que usam o cigarro eletrônico migraram do tabagismo pra ele. A pergunte que fica é a seguinte, se o fumante não consegue largar o tabaco é melhor que ele continue com o tabaco ou migre pro cigarro eletrônico?
A pergunta é excelente e a resposta mais adequada é que ambos são deletérios à saúde. O ideal é que não se consuma nenhum dos dois. Os efeitos nocivos tem algumas diferenças entre o cigarro convencional e o eletrônico. Vale lembrar também que o cigarro eletrônico não é uma boa estratégia para parar de fumar.